Blog do Moisés Dutra
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A polarização que impõe uma nova realidade no país, o terrorismo. A que ponto chegamos?

O atentado à estátua da Justiça na Praça dos Três Poderes, ocorrido ontem, é mais do que um ato de vandalismo. É um ataque direto a um dos símbolos centrais da nossa democracia. Em tempos de polarização extrema, episódios como esse se tornam cada vez mais comuns e são um reflexo de uma realidade preocupante que se instala silenciosamente no Brasil. Não podemos, sob nenhuma circunstância, minimizar o ocorrido, nem considerar esse episódio como um fato isolado.

A polarização política, que há tempos divide o país, tem se mostrado terreno fértil para o crescimento do extremismo. A insatisfação de certos grupos e o radicalismo desenfreado transformam ideologias em combustível para atos de intolerância e violência. Quando a divergência de ideias ultrapassa o diálogo e passa a alimentar atos criminosos, fica evidente que estamos diante de uma crise profunda, que coloca em risco nossa própria estabilidade democrática.

O ato contra a estátua da Justiça, que representa a imparcialidade e a serenidade da lei, não é só um ataque à estrutura física, mas ao que ela simboliza: o equilíbrio do poder e a proteção dos direitos de todos os cidadãos. A mensagem implícita é perigosa e não pode ser ignorada. É como se estivéssemos constantemente acrescentando gotas a um balde que, dia após dia, fica mais cheio, cada vez mais próximo de transbordar.

A sociedade brasileira precisa acordar para o fato de que a normatização do extremismo, seja ele de qualquer natureza, está nos levando a uma realidade onde a intolerância e o desrespeito ao contraditório se tornam regra. A cada ataque, a cada agressão, enfraquece-se a nossa democracia e avança o risco de que, em algum momento, o sistema de proteção dos nossos direitos colapse.

O momento é de reflexão e de ação. Precisamos combater o extremismo com rigor, não só por meio de leis e punições, mas pela construção de uma cultura de respeito e diálogo. É urgente desintoxicar o ambiente político e social, redescobrir a importância do respeito às instituições e da convivência com o contraditório. Só assim podemos evitar que ações como essa se repitam e que o Brasil trilhe um caminho de extremismo e violência.

Que o atentado de ontem sirva de alerta: nossa democracia é frágil e, se não agirmos com responsabilidade, poderemos nos ver mergulhados em uma realidade de autoritarismo e intolerância que nunca antes experimentamos em nossa história.

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