De acordo com as investigações da Polícia Civil de Alagoas (PCAL) sobre o serial killer que matou pelo menos dez pessoas, sendo sete mulheres e três homens, na cidade de Maceió, Albino Santos de Lima, de 42 anos, visitava os cemitérios em que parte de suas vítimas foram sepultadas para tirar selfies nas lápides.
A polícia informou que Albino é “o maior serial killer da história do Estado” e pode ser autor de outros homicídios, que terão seus inquéritos reabertos para realização de prova balística.
O homem foi preso no dia 17 de setembro no bairro Vergel, em Maceió, acusado de matar uma adolescente de 13 anos. Na casa em que ele morava, a cerca de 800 metros dos locais dos crimes, foi apreendida uma pistola de calibre 380, cujo exame de DNA balístico, realizado pela polícia científica de Alagoas, apontou que a arma teria sido utilizada tanto na morte da adolescente, como em outros nove casos de homicídio.
Outro item apreendido foi o celular de Alvino. “Nele conseguimos extrair várias informações de extrema importância para as investigações. Os registros foram encontrados em duas pastas: ‘Odiada Instagram’ e ‘Mortes especiais’. Fotos e nomes de vítimas de homicídio eram colocados junto de um calendário com a data do fato marcada”, conta o perito criminal José de Farias, responsável pelo exame.
“Ele também tirava prints de matérias de sites relacionadas aos crimes e chegou a tirar fotos dentro do cemitério e da lápide, provavelmente de uma das vítimas. Havia também registros de homicídios ocorridos entre 2019 e 2020, que devem ser alvos de análise pela Polícia Civil”, informa Farias.
Ainda de acordo com a polícia algoana, em depoimento prestado na última semana, o serial killer assumiu a autoria de oito dos crimes e disse que matou as vítimas porque elas supostamente estariam envolvidas com facções criminosas. Mas “nenhuma delas têm envolvimento com facção criminosa”, ressalta o delegado da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Alagoas, Gilson Rego.
“Identificamos 10 vítimas, três delas eram do sexo masculino e sete mulheres, todas com o perfil muito semelhante, morenas, jovens, geralmente de cabelo cacheado, e dentre elas tinha uma mulher trans também com esse mesmo perfil físico”, diz Rego.
A delegada Tacyane Ribeiro, coordenadora do DHPP, diz acreditar que o criminoso possivelmente tem uma obsessão por jovens com características físicas semelhantes. Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, Tacyane disse que “de repente, [ele pode] ter sofrido algum tipo de rejeição e por isso ter ceifado a vida delas”. “Ele não demonstra nenhum tipo de arrependimento pelo cometimento desses homicídios”.
Segundo a delegada, o serial killer confessou que monitorava as vítimas pelas redes sociais. “Serve de alerta para as pessoas terem mais cuidado ao mostrar sua vida em rede social, pois ninguém sabe quem está ali observando”.