Um homem negro foi filmado sendo açoitado por um homem branco, identificado como Ralf Vilaça, após o agressor oferecer R$ 10 para dar cintadas na vítima. O caso aconteceu em Itaúna, Minas Gerais, e repercutiu nas redes sociais nesta quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra.
Nas imagens, o agressor repete frases como “Deus é mais” e afirma que a agressão é motivada pelo fato da vítima ser usuário de drogas. : “Vamos fazer diferente, ele quer usar droga, não quer trabalhar não?”, diz o homem no vídeo. Em seguida, ele retira o cinto da calça.
Ele ainda acrescenta que a agressão não é “escravidão, não é pela cor dele não, porque para Deus todo mundo é preto, é branco, é rosa (…) Isso é para você ver a safadeza. O que o vício gera”. O agressor então profere uma série de cintadas nas costas da vítima. Ele ainda finaliza a agressão repetindo que “Deus é mais”.
a vítima foi identificada como Djalma Rosa da Costa, de 45 anos. Anteriormente, a Polícia Militar havia informado que Djalma era uma pessoa em situação de rua, porém a prefeitura afirmou que a vítima tem casa e familiares, e que faz acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial (Caps).
A prefeitura ainda acrescentou que Djalma compareceu ao Caps para receber acolhimento e assistência profissional.
Já o agressor Ralf Vilaça, de 44 anos, afirmou àTV Globo que o vídeo foi uma “brincadeira” e que foi gravado com consentimento da vítima. Ele ainda disse que ele também seria usuário de drogas e ambos estavam sob efeito de entorpecentes.
“Eu tava numa resenha. Foi uma brincadeira. O problema foi o vídeo ter viralizado no dia de Zumbi de Palmares. Agora tá essa burocracia toda. Foi uma resenha. Eu vou provar que não passou de uma resenha. Peço desculpas a todos os brasileiros, paraminenses e itaunenses também”, disse.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Polícia Civil de Itaúna. De acordo com o advogado Maciel Lúcio, da Comissão de Igualdade e Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Divinópolis, também em entrevista ao G1, o caso é grave.
“É inadmissível que ainda enfrentemos situações como essa em pleno século XXI. É um verdadeiro retrocesso. Não por acaso, ontem tivemos o primeiro feriado em celebração ao Dia da Consciência Negra, pois ainda há quem precise ser educado sobre esse assunto”, declarou.