Opinião | Por: Moisés Dutra
Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, há muito tempo construiu sua imagem em torno de um discurso populista, confrontador e repleto de promessas vazias. Para muitos, ele representava uma ruptura com o sistema político tradicional. Contudo, a cada passo de sua trajetória, as máscaras caíram. Sua gestão, marcada por caos administrativo, negacionismo científico e desprezo pela democracia, revelou um líder incapaz de governar com seriedade e compromisso.
Agora, diante de revelações sobre sua participação em um plano fracassado para tentar um golpe de Estado, o que já se intuía ficou claro: Bolsonaro não apenas sabia, mas foi peça central em um dos episódios mais patéticos e perigosos da história recente do país. Sua tentativa de minar uma democracia consolidada, cercado por aliados igualmente desqualificados, demonstrou o desespero de um político que não aceita a alternância de poder, uma das bases fundamentais do sistema democrático.
O Brasil, entretanto, mostrou-se maior do que ele. Nossas instituições, fortalecidas e resilientes, resistiram aos ataques incessantes de quem tentou tratá-las como ferramentas de seus interesses pessoais. A reação firme do Judiciário, a postura independente de muitos setores da sociedade civil e a indignação da população foram determinantes para conter os delírios autoritários de Bolsonaro.
O legado de Jair Bolsonaro não será de transformação ou progresso, mas de isolamento e vergonha. Sua farsa está desmontada, e o Brasil segue em frente, ciente de que, apesar dos retrocessos, sua democracia continua de pé e cada vez mais vigilante contra ameaças internas e externas.