O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), indiciado pela Polícia Federal por suspeitas de envolvimento em um golpe de Estado, afirmou em entrevista que considera ser “vítima de perseguição” e não descarta buscar refúgio em uma embaixada caso seja preso. Ele disse que, se tivesse algo a dever, não estaria no Brasil, e que “quem se vê perseguido, pode ir para lá”, se referindo a uma possível solicitação de asilo.
“Embaixada, pelo que eu vejo a história do mundo, né, quem se vê perseguido pode ir pra lá. Se eu devesse alguma coisa, estaria nos Estados Unidos, não teria voltado”, disse o ex-presidente. Bolsonaro foi indiciado juntamente com outras 36 pessoas, e o caso foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira (27). Ele, que teve seu passaporte apreendido, já negou envolvimento com o planejamento de atos golpistas e questionou a legalidade de discussões sobre a Constituição.
Recentemente, o jornal The New York Times revelou que Bolsonaro passou alguns dias na embaixada da Hungria em fevereiro, após a apreensão de seu passaporte. Ele teria sido recebido pelo embaixador e, de acordo com a publicação, estaria tentando se beneficiar de sua relação com o primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, buscando asilo político. Em sua defesa, Bolsonaro também voltou a negar qualquer envolvimento em um plano para prender o presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin, e reafirmou seu direito de discutir questões constitucionais, como o uso do artigo 142.