A manhã desta quinta-feira (28) foi marcada pela prisão de um policial civil apontado como líder de uma organização criminosa na cidade de Ubá, Zona da Mata de Minas Gerais. Durante a terceira fase da Operação Segurança Máxima, conduzida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), detalhes chocantes sobre o esquema ilegal vieram à tona, incluindo a ostentação de um patrimônio impressionante: carros importados de luxo e até um avião particular.
O esquema de segurança privada ilegal Segundo as investigações, o policial, lotado na Delegacia Regional de Ubá, utilizava a própria estrutura da Polícia Civil para operar um esquema clandestino de segurança privada. Ele coordenava um grupo composto por outros agentes públicos que prestavam serviços a empresas locais, oferecendo escoltas armadas e proteção em troca de pagamentos robustos. A prática, além de ilegal, configurava corrupção e milícia privada. Documentos apreendidos em fases anteriores da operação, como planilhas de pagamentos, escalas de trabalho e registros bancários, evidenciam a participação ativa do grupo criminoso no esquema. Ostentação financiada pelo crime O que mais chama atenção no caso é o padrão de vida luxuoso mantido pelo policial e seus comparsas. Com os lucros obtidos, eles acumularam um patrimônio impressionante. Entre os bens confiscados estão carros importados avaliados em valores exorbitantes e até uma aeronave particular, símbolo do alto nível de ostentação alcançado com as atividades ilegais. Os bens chamam a atenção da população, especialmente em uma região onde muitos enfrentam dificuldades financeiras. Imagens dos veículos de luxo e do avião foram divulgadas, escancarando o abismo entre a vida do policial e a realidade da maioria da população de Ubá. Operação Segurança Máxima: terceira fase e próximos passos Essa fase da Operação Segurança Máxima é um desdobramento de investigações iniciadas meses atrás, que já resultaram na apreensão de bens e no cumprimento de mandados de prisão. Com o avanço das apurações, o Gaeco espera identificar outros membros do esquema e aprofundar as investigações sobre crimes de peculato, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e crimes tributários associados ao grupo. Além da prisão preventiva do policial, a operação reforça a necessidade de preservação da integridade das instituições públicas e a responsabilização de servidores que se desviam de suas funções para atender interesses próprios.