Manaus/AM – Ana Paula Santos Alvarenga, 43, Antônio Gomes da Silva, 37, foram presos suspeitos de participar da tortura e sequestro de uma colombiana no bairro União da Vitória, na zona oeste.
A vítima, que trabalhava com venda de rifas, foi raptada na frente de uma funcionária e levada para um cativeiro. Posteriormente a mulher foi transferida para outro local localizado no quilômetro 24 da AM-010, onde foi agredida e mantida por dois dias.
Ela foi levada quando fazia o recolhimento de dinheiro de rifas. Ela foi sequestrada por volta de 20h30, 21h e essa vítima ficou em poder desses criminosos por quase 48h (…) Ela passou por três cativeiros, foi torturada e sofreu bastante. Ela ouviu bastante coisa, sobretudo do líder do grupo”.
Segundo a delegada Marília Campelo, pelo menos dez indivíduos participaram do crime, entre eles o casal Ana Paula e Antônio, que residiam próximo ao cativeiro.
“Ela informou que, em determinado momento do sequestro, havia até dez homens armados na mata, na região do União da Vitória. No dia 29, recebemos a informação de que o cativeiro poderia estar ali e, de fato, estava. Quando nos aproximamos, os criminosos avistaram os carros da polícia e transferiram o cativeiro para a AM-010.”
O local possuía muros altos, câmeras de segurança e uma estrutura reforçada, dificultando a atuação policial.
Marília destacou que os sequestradores monitoraram a rotina da colombiana por aproximadamente três meses. Durante o sequestro, exigiram inicialmente um resgate de R$ 200 mil.
“No começo, eles pediam R$ 200 mil para libertar a vítima. Como a família não tinha como pagar, ordenaram que vendessem o carro da vítima. Posteriormente, reduziram o valor para R$ 100 mil.”
O irmão da vítima negociou com os criminosos e conseguiu reunir R$ 20 mil, transferidos via PIX para o grupo. Contudo, os sequestradores não se satisfizeram e exigiram mais R$ 80 mil, ameaçando matar a vítima caso o valor não fosse entregue.
Enquanto a família negociava, a polícia trabalhava para localizar o cativeiro, utilizando a chave PIX fornecida pelos criminosos. A conta estava vinculada a Ana Paula, que era responsável por distribuir o dinheiro entre os envolvidos.
“Ela chegou a transferir parte do valor para um dos comparsas, mas, devido ao baixo limite da conta, outros valores não foram distribuídos. Conseguimos prendê-la antes disso, junto com seu marido.”
Ao prender o casal, a polícia notou a atitude de Antônio, que gritava intensamente. Esse comportamento foi, na verdade, uma estratégia para alertar os demais integrantes do grupo sobre a chegada dos policiais, facilitando a fuga deles. O cativeiro estava localizado bem próximo à residência do casal.
“Três indivíduos que estavam com a vítima conseguiram fugir, mas o casal foi detido (…) A vítima permaneceu no local e foi resgatada com vida.”
As investigações seguem em andamento para localizar os outros membros do grupo. Alguns já foram identificados e estão sendo monitorados pela polícia.