Faleceu na manhã desta sexta-feira (6), aos 78 anos, Eduardo Brandão, renomado tradutor brasileiro conhecido por sua contribuição ao universo literário e audiovisual. Brandão foi o responsável por trazer ao público brasileiro as obras do autor chileno Roberto Bolaño, um dos maiores nomes da literatura latino-americana contemporânea, além de atuar como tradutor dos roteiros do clássico seriado mexicano Chaves, fenômeno cultural no Brasil.
Com uma carreira dedicada à palavra, Brandão desempenhou papel crucial ao tornar acessível aos leitores brasileiros a prosa densa e multifacetada de Bolaño, incluindo obras como 2666 e Os Detetives Selvagens. Sua tradução foi amplamente elogiada pela crítica por preservar o estilo poético e a força narrativa do autor, conquistando uma nova geração de leitores no país.
Além do universo literário, sua ligação com o seriado Chaves marcou gerações. Traduzindo os roteiros da produção mexicana para o português, Brandão ajudou a transformar a série em um sucesso atemporal, traduzindo piadas e expressões culturais com uma sensibilidade única que garantiu sua popularidade por décadas no Brasil.
Amigos e colegas ressaltam a dedicação de Eduardo Brandão à sua arte. “Ele tinha um respeito profundo pelos autores e pelas palavras”, declarou a escritora e amiga próxima Marina Rodrigues. “Cada tradução era um ato de amor pela cultura e pelo entendimento entre os povos.”
Eduardo Brandão deixa esposa, três filhos e um legado incontestável de contribuição à cultura brasileira. Seu trabalho continuará ecoando em páginas de livros e nas risadas provocadas por Chaves, que permanece vivo no imaginário popular. O velório será realizado no sábado (7), em São Paulo.