Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) desenvolveram uma pomada à base de gengibre-amargo (Zingiber zerumbet) que tem demonstrado eficácia significativa no tratamento de úlceras decorrentes do “pé diabético”. O projeto é liderado pelo farmacêutico e bioquímico Dr. Carlos Cleomir Pinheiro, com colaboração do enfermeiro Maurício Ladeia.
Em estudos clínicos realizados em 2015, 27 pacientes com úlceras nos pés foram tratados com o gel do óleo essencial de gengibre-amargo, resultando em uma taxa de cura de 95% das lesões. Esses resultados são atribuídos às propriedades cicatrizantes, anti-inflamatórias, antimicrobianas e vasodilatadoras do gengibre-amargo, que facilitam a regeneração dos tecidos afetados.
O INPA está em parceria com a empresa Biozer da Amazônia para a produção em larga escala do medicamento, que já teve a patente solicitada. A expectativa é que, após a certificação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a pomada esteja disponível no mercado, oferecendo uma alternativa eficaz para o tratamento de lesões em pacientes diabéticos.
O “pé diabético” é uma complicação comum do diabetes que pode levar a amputações se não tratado adequadamente. A introdução dessa pomada representa um avanço significativo no manejo dessas lesões, utilizando recursos naturais da Amazônia para promover a saúde e o bem-estar dos pacientes.