Em um grave episódio que intensifica a crise política na Venezuela, a líder opositora María Corina Machado foi presa nesta quinta-feira (9) durante um protesto multitudinário em Chacao, região metropolitana de Caracas. A ex-deputada, que vinha há 133 dias na clandestinidade, foi capturada em uma operação marcada por tiros e tensão.
De acordo com fontes da oposição, María Corina estava sendo transportada em uma motocicleta quando disparos atingiram o veículo, ferindo o piloto e provocando sua queda. Cerca de 20 agentes de segurança participaram da operação que resultou na prisão da opositora, utilizando motocicletas e drones para monitorar o local. Apesar da violência do episódio, as informações iniciais indicam que María Corina não sofreu ferimentos graves.
O protesto em que a prisão ocorreu era parte de uma mobilização contra o governo de Nicolás Maduro, marcada por um clima de grande tensão. A manifestação aconteceu um dia antes da posse oficial de Maduro e do opositor Edmundo González, que se autoproclamou vencedor das eleições presidenciais de 28 de julho de 2024. A disputa eleitoral, envolta em denúncias de fraude, segue alimentando a instabilidade política no país.
A prisão de María Corina Machado, uma das principais vozes contrárias ao regime chavista, gera repercussões tanto no cenário interno quanto internacional. Organizações de direitos humanos e líderes estrangeiros já expressaram preocupação com o aumento da repressão política na Venezuela, onde opositores ao governo frequentemente enfrentam perseguição e violência.
Com o aumento da tensão nas ruas de Caracas, a comunidade internacional observa os desdobramentos dessa crise, que coloca novamente em evidência as violações aos direitos humanos e a deterioração democrática no país. As próximas horas serão cruciais para determinar as condições da líder opositora e o impacto de sua prisão nos movimentos contra o regime de Nicolás Maduro.