Blog do Moisés Dutra
ManausNotíciasSaúdeTecnologia

Primeira transfusão intrauterina é realizada em indígena em Manaus

Manaus/AM – De forma pioneira, foi realizada a primeira transfusão intrauterina da rede pública, neste sábado (11), em uma paciente indígena, da etnia baré, de 27 anos. Considerado de alta complexidade, o procedimento aconteceu na maternidade Ana Braga, na zona leste de Manaus.

A indígena, de São Gabriel da Cachoeira, no interior do Amazonas, foi identificada por meio do programa de Telemonitoramento de Pré-Natal de Alto Risco (TelePNAR) em áreas remotas do estado. 

“O TelePNAR é um programa realizado em parceria com a Universidade do Amazonas (Ufam) e com o Ministério da Saúde, que possibilita identificar casos como esse nas regiões mais distantes do estado, via Telemedicina e, assim, providenciar uma intervenção rápida e eficiente para salvar vidas. Sem sombra de dúvida é um resultado que temos a comemorar”, ressaltou a secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud. 

Com 29 semanas de gestação, a equipe médica que fazia o acompanhamento da mãe, detectou uma anemia severa no feto e recomendou a transferência da paciente para Manaus. Na capital, ela realizou exames de ultrassonografia no Ambulatório Araújo Lima, do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), que comprovaram a gravidade da doença no feto.  

“Como se tratava de uma situação grave, que precisava de uma intervenção urgente para preservação da vida do bebê, fizemos contato com a maternidade Ana Braga, que é referência em atendimento de risco de alta complexidade, e que nos deu todo o suporte para a realização desse procedimento. A transfusão foi um sucesso, e mãe e bebê passam bem”, afirmou o médico Carlos Henrique Freire, responsável pelo TelePNAR no ambulatório. Ele e o médico Sidney Albuquerque, especialista em medicina fetal, foram os responsáveis pelo acompanhamento clínico da paciente.

A técnica  consiste na  transfusão de sangue para o feto, ainda na barriga da mãe. Neste caso, a medida foi necessária, devido à incompatibilidade sanguínea entre a mãe, que possui o Rh negativo,  e o bebê, com o Rh positivo.

Conforme a equipe médica, cerca de 70 ml de sangue tratado foi transfusionado para o bebê, em um procedimento que durou cerca de 40 minutos. Mãe e bebê passam bem e devem retornar à unidade para receber outras dosagens de sangue, devido à gravidade da anemia fetal. 

Ao continuar navegando, você concorda com as condições previstas na nossa Política de Privacidade. Aceitar Leia mais