O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (23) que não deixará o Brasil, mesmo após a retenção de seu passaporte por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro está sob investigação pela Polícia Federal (PF) por suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022.
“Eu vou para a cadeia, eu não vou fugir do Brasil”, declarou ele à CNN Brasil, mencionando que teve oportunidades de permanecer fora do país em viagens anteriores, mas decidiu retornar mesmo ciente dos riscos. Com a retenção do passaporte desde fevereiro de 2024, Bolsonaro tentou reaver o documento por quatro vezes, sendo a mais recente negada por Moraes, que citou possíveis intenções de fuga. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também se posicionou contra a devolução.
Bolsonaro afirmou que, sem ele, as eleições de 2026 podem ser “parecidas com a da Venezuela”. Ele não descartou candidaturas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ou dos filhos, Eduardo e Flávio Bolsonaro, ressaltando suas capacidades políticas e popularidade. Em tom de brincadeira, sugeriu que poderia ser nomeado ministro da Casa Civil em caso de vitória de Michelle.
Bolsonaro voltou a defender a anistia para os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Ele criticou a criminalização de apoiadores e afirmou que “qualquer um pode ser preso sem motivo”. Indiciado pela PF por crimes como tentativa de golpe e organização criminosa, Bolsonaro pode enfrentar até 28 anos de prisão. Apesar disso, continua defendendo sua inocência e acusa perseguição política.