Em uma ação inédita na história política brasileira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou nesta terça-feira (18) uma denúncia formal ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A acusação central é a de que Bolsonaro teria liderado uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, após as eleições de 2022.
A denúncia, assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet, também envolve outras 33 pessoas, incluindo altos oficiais militares e ex-assessores próximos de Bolsonaro. Entre os denunciados estão o ex-ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, e o ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid. As acusações abrangem crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e formação de organização criminosa.
A investigação teve como base relatórios da Polícia Federal que apontam para um plano detalhado, conhecido como “Punhal Verde e Amarelo”, que incluía o assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes. O objetivo seria criar um ambiente de instabilidade que justificasse uma intervenção militar e mantivesse Bolsonaro no poder.
O caso será analisado pela Primeira Turma do STF, que decidirá se aceita a denúncia e torna Bolsonaro e os demais acusados réus. Se a denúncia for aceita, os envolvidos responderão aos processos criminais correspondentes.

Em resposta às acusações, Bolsonaro compareceu ao Senado Federal, onde afirmou não estar preocupado com a denúncia e classificou as investigações como perseguição política. Aliados do ex-presidente também minimizaram as acusações, tratando-as como uma tentativa de desviar a atenção de outros assuntos.
A denúncia marca um momento significativo na política brasileira, refletindo os desdobramentos das investigações sobre os eventos que se seguiram às eleições de 2022 e as tentativas de subverter a ordem democrática no país.