O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para manter os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin no julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados, acusados de tentativa de golpe de Estado. A decisão foi tomada durante a análise de quatro recursos diferentes, onde as defesas solicitaram o afastamento dos ministros envolvidos. Até o momento, oito dos onze ministros já votaram pela rejeição dos pedidos, estabelecendo um placar de 7 a 0.
Os ministros que já votaram para rejeitar os pedidos incluem Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Dias Toffoli, Edson Fachin e Cármen Lúcia. A maioria dos ministros acompanhou o entendimento do relator, Barroso, que afirmou que as defesas deveriam apresentar evidências claras de parcialidade para justificar o afastamento dos ministros. A decisão reafirma que a atuação anterior de um magistrado não impede o cumprimento da lei em seus julgamentos.
As defesas argumentaram que Moraes não poderia julgar o caso por ser uma das vítimas, enquanto Zanin e Dino deveriam ser afastados devido a vínculos anteriores com o ex-presidente Lula e queixa-crime contra Bolsonaro, respectivamente. Os pedidos de afastamento já haviam sido negados anteriormente por Barroso, mas foram submetidos à votação dos demais ministros. A análise da denúncia, que é parte de uma série de ações contra Bolsonaro e seus aliados, será retomada na próxima semana.
O julgamento da denúncia ocorrerá em três sessões nos dias 25 e 26 de março, onde os ministros irão decidir se aceitam a denúncia da Procuradoria-Geral da República. Caso a denúncia seja aceita, Bolsonaro e os demais denunciados se tornarão réus. Além de Bolsonaro, estão entre os acusados ex-ministros e membros da cúpula militar, enfrentando acusações graves, como organização criminosa e golpe de Estado.