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Animais explorados para fotos com turistas em Iranduba estavam em situação degradante, diz polícia

Investigadores da Polícia Civil deram detalhes, em coletiva neste sábado (10), sobre uma operação contra a exploração de animais silvestres, em Iranduba, no Amazonas. Na ação, a polícia resgatou três preguiças, duas macacas, uma arara e uma cobra, que eram usadas para atrair turistas. 

Segundo o delegado-geral Bruno Fraga, todos os animais estavam em situação degradante. “Os animais estavam desidratados, alguns estavam mutilados, eram animais que, está sendo verificado agora por meio da perícia se foram dopados para que houvesse maior facilidade para o contato com os turistas. No momento da abordagem todos os turistas que estavam no local elogiaram a conduta da polícia, pois viram que aqueles animais estavam em situação degradante e cruel”, explicou.

De acordo com a delegada Juliana Viga, titular da Delegacia Especializada em Meio Ambiente e Urbanismo (Dema), os suspeitos cobravam R$ 20 de turistas para tirarem fotos com os animais nas comunidades Vila Nova e Nova Vila.

“Nós recebemos essa denúncia do Ministério Público Federal, e logo que recebemos essa denúncia iniciamos a investigação. Ouvimos algumas testemunhas na delegacia para saber como era o modus operandi dessas pessoas. Fomos até ao local, os agentes foram disfarçados para averiguar como funcionava a exploração dos animais silvestres. Conseguimos identificar as pessoas, pois elas recebem PIX pelo pagamento de fotografia […] a partir desse levantamento que foi feito nós montamos a operação juntamente com apoio da CORE , do IC e da delegacia fluvial”, disse. 

Conforme a delegada, os investigadores entraram no local disfarçados de turistas, momento em que localizaram os suspeitos e deram voz de prisão. Dois dos suspeitos reagiram e pularam no rio, mas foram pegos por agentes da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core).

Os animais resgatados foram retirados do local. Eles foram encaminhados para um clínica especializada, onde passarão por tratamento e exames. Conforme Veiga, “todos estavam abaixo do peso e desidratados”. 

Segundo o delegado Juan Valério, coordenador da Core, o grupo agia de maneira coordenada, com olheiros em todos o local, que avisavam quando viam alguma movimentação “suspeita”. 

“Nos trouxe muito espanto a articulação que eles tinham. Em vários locais eles tinham olheiros, pessoas que sempre avisam quando alguém estranho vai adentrar o local, pois eles sabem que estão cometendo crime e estão cientes disso. Então, foi aí a opção da Dema de infiltrar policiais, inclusive operacionais da CORE também de maneira a se passar por turista”, disse o delegado. Outros agentes também entraram no local por área de mata e com a lancha para evitar fuga, e evitar que fugissem ou que tentassem se livrar dos animais. 

Os suspeitos irão responder por maus-tratos, guarda ilegal de animais silvestres e associação criminosa, pois atuavam de forma coordenada. O mais velho também irá responder por corrupção de menores, pois três adolescentes foram apreendidos por envolvimento no crime.

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