O deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM) destinou R$ 500 mil em emendas parlamentares para a Associação Moriá, atualmente investigada pela Polícia Federal por suspeita de desvio de recursos públicos.
A verba foi direcionada em 2024 para a realização de um projeto de e-sports no estado do Amazonas. A associação é responsável por promover eventos e competições digitais com foco no público jovem, mas é acusada de fraudar a execução dos projetos e apresentar informações falsas sobre parcerias institucionais.
O projeto financiado com recursos de Alberto Neto está entre os alvos da operação Korban, que investiga possíveis irregularidades na aplicação de recursos públicos em ações educacionais com uso de jogos digitais.
Entenda a Operação Korban
A Operação Korban foi deflagrada pela Polícia Federal no dia 29 de julho, com o objetivo de esclarecer o destino de cerca de R$ 15 milhões em verbas federais repassadas à Associação Moriá. Segundo a investigação, os recursos deveriam ser usados em projetos educacionais voltados a crianças e adolescentes, com uso de jogos como Free Fire, LoL, Valorant, Teamfight Tactics e eFootball.
O caso chamou atenção após vir a público que a Moriá recebeu, em apenas dois anos, cerca de R$ 53 milhões por meio de emendas parlamentares — sendo R$ 46 milhões destinados a apenas um único programa gamer.
Apesar do volume expressivo de recursos, a entidade é dirigida por pessoas sem formação técnica na área: um ex-cabo do Exército, um motorista e uma esteticista, conforme revelado nos documentos da investigação.
O ministro do STF Flávio Dino, relator do caso, autorizou o cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão e determinou a suspensão de novos repasses federais à associação, além de proibir a realização de transferências financeiras a empresas subcontratadas ligadas aos projetos sob suspeita.