Juliana Garcia dos Santos, 35, a mulher que levou mais de 60 socos no rosto dentro do elevador de um prédio em Natal (RN), mandou um recado para o ex-namorado e agressor, Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos: “Não deu certo, estou viva”.
A declaração foi dada durante uma entrevista ao programa “Domingo Espetacular”, da Record, onde a empresária contou detalhes do dia do crime e do relacionamento com o ex-jogador de basquete. Juliana afirmou que o relacionamento de quase dois anos sempre foi conturbado e marcado por episódios de ciúmes da parte de Igor.
Ela conta que sete meses antes, já tinha sido agredida por ele e que o então namorado, havia quebrado dois celulares seu durante os ataques. No sábado do dia 27 de julho, Igor havia novamente protagonizado uma cena de ciúmes, acusado a namorada de traição e jogado o celular de Juliana na piscina do prédio onde ela mora, no bairro Ponta Negra.
Após o episódio, a mulher decidiu voltar para o apartamento para impedir que Igor entrasse e quebrasse suas coisa. Ela entrou o elevador de serviço e ele no social e aos dois chegaram quase ao mesmo tempo no andar. Igor ordenou que Juliana saísse, mas ela se recusou e Igor entrou e iniciou uma série de ameaças contra ela. Juliana disse que preferiu não sair do elevador, pois sabia que se algo acontecesse, no local tinha câmera e no apartamento dela não.
Ela chegou a sinalizar para a câmera, a fim de indicar que havia algo acontecendo naquele momento. Na sequência às ameaças, Igor partiu para cima da empresária e desfigurou seu rosto com 61 socos. Juliana teve quatro ossos da face fraturados e precisa passar por uma cirurgia de reconstrução facial.
Depois de agredir a namorada e deixá-la completamente ensanguentada no elevador, o ex-jogador saiu normalmente, sem expressar nenhum tipo de arrependimento. Ele foi preso e chegou a alegar que teve um ataque de claustrofobia, mas a polícia descarta a tese e o indício por tentativa de feminicídio.
Juliana está em recuperação e afirma que vai lutar para que casos como esse não se repitam. Durante a entrevista, ela fez questão de falar diretamente para vítimas que sofrem violência doméstica e afirma que fará de sua história uma bandeira para combater esse tipo de crime.
“A culpa não foi minha e a culpa nunca será da vítima (…) Eu não tenho opção a não ser forte. Os meu olhos viraram símbolo de resistência”.