O governo da Austrália anunciou nesta segunda-feira (11) que reconhecerá o Estado palestino durante a Assembleia Geral da ONU, marcada para setembro em Nova York. A decisão insere o país em um grupo crescente de nações que apoiam o reconhecimento da Palestina, intensificando a pressão internacional sobre Israel para o fim do conflito na Faixa de Gaza. A Nova Zelândia também deve decidir sobre o tema em reunião ministerial no próximo mês.
Em comunicado, o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, reafirmou que seu país reconhece Israel desde 1947 e considera a solução de dois Estados — um israelense e outro palestino — como a melhor alternativa para a paz na região. No entanto, Albanese destacou que o mundo não pode mais esperar por negociações que se arrastam há mais de sete décadas e afirmou que a decisão da Austrália visa impulsionar um movimento global para romper o ciclo de violência no Oriente Médio.
O premier australiano criticou duramente o governo de Benjamin Netanyahu, acusando-o de minar a possibilidade de um acordo ao expandir assentamentos ilegais e ameaçar anexar territórios palestinos. Albanese também cobrou que Israel cumpra suas obrigações legais e éticas em Gaza, garantindo a proteção dos civis e o fornecimento de alimentos e suprimentos médicos, condenando o deslocamento forçado permanente de populações.
A posição da Austrália soma-se a países como Espanha, Noruega, Irlanda, França, Reino Unido e Canadá, que anunciaram o reconhecimento da Palestina para setembro. Atualmente, 147 das 193 nações membros da ONU reconhecem o Estado palestino, incluindo o Brasil. Entretanto, os Estados Unidos se mantêm contrários à medida.