O julgamento da ação penal envolvendo o chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe no final do governo de Jair Bolsonaro deve começar em setembro e ser concluído até outubro, segundo avaliação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A expectativa é de que a Primeira Turma analise o caso sem pedidos de adiamento, dado que todos os documentos e depoimentos já foram disponibilizados durante a instrução.
O relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, solicitou ao presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, a inclusão do julgamento na pauta. A corte deverá examinar o papel de Bolsonaro e de outros envolvidos na discussão de alternativas para manter o ex-presidente no poder, embora nada tenha sido efetivamente implementado, de acordo com a denúncia.
Ministros afirmam que a defesa de Bolsonaro mudou sua estratégia nos últimos momentos do processo, reconhecendo que houve elaboração de minuta do golpe, mas insistindo que o ex-presidente não assinou o documento. A análise desses pontos será central para a decisão da Primeira Turma, que avaliará a participação e a responsabilidade dos réus.
A ação penal ocorre em um momento de atenção nacional sobre a conduta de líderes políticos e o funcionamento das instituições democráticas. A decisão do STF deve consolidar entendimentos sobre a tentativa de golpe, ao mesmo tempo em que sinaliza a celeridade do tribunal em casos de grande repercussão política.