Centenas de milhares de israelenses tomaram as ruas neste domingo (17) em todo o país em um dos maiores protestos já registrados desde o início da guerra em Gaza. A paralisação nacional, que começou às 06h29 — hora exata em que o Hamas lançou o ataque de 7 de outubro de 2023 —, reuniu mais de um milhão de pessoas em centenas de ações, segundo os organizadores.
A manifestação central ocorreu em Tel Aviv, na chamada Praça dos Reféns, onde cerca de 500 mil pessoas se concentraram para exigir o fim da guerra e a libertação imediata dos reféns que permanecem em poder do Hamas. Cartazes e gritos como “Traga todos para casa! Parem a guerra!” dominaram o ato, convocado pelo Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas.
Houve bloqueios de rodovias em várias cidades, incluindo a via que conecta Jerusalém e Tel Aviv, além de confrontos pontuais com a polícia. Pelo menos 38 manifestantes foram detidos, e forças de segurança usaram canhões de água para dispersar aglomerações.
O protesto acontece mais de uma semana após o gabinete de segurança de Israel aprovar planos para ocupar a cidade de Gaza, 22 meses depois do início do conflito, que já deixou milhares de mortos e provocou uma grave crise humanitária no território palestino.
Apesar da pressão popular, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu voltou a associar críticos da guerra a “apoiadores do Hamas”, incluindo famílias de reféns. O jornal Haaretz destacou que, em discurso, Netanyahu classificou manifestantes como pessoas que colocariam em risco a segurança de futuras gerações.
Enquanto isso, o Exército de Israel anunciou que moradores de Gaza devem receber tendas e equipamentos de abrigo para serem transferidos de áreas de combate para zonas consideradas seguras no Sul do enclave, sem detalhar quando a evacuação começará.
Segundo o Instituto Brasil-Israel, a paralisação deste domingo entrou para a história do país como um dos maiores atos contra o governo Netanyahu, marcando um ponto de virada na pressão social por uma solução negociada para a guerra.