O governo de Nicolás Maduro anunciou nesta terça-feira (19) a proibição do uso, compra e fabricação de drones por civis em toda a Venezuela. A medida, publicada em edição extraordinária do Gaceta Oficial, transfere o controle total desses veículos aéreos não tripulados para as Forças Armadas do país.
O decreto foi assinado por quatro ministros, entre eles o da Defesa, Vladimir Padrino López, e o das Relações Exteriores, Diosdado Cabello. Segundo o texto, a decisão busca proteger a população “contra qualquer ameaça interna ou externa pelo uso inadequado de objetos que se movam no ar e representem risco à defesa integral do território nacional”.
Oficialmente, a restrição tem validade inicial de 30 dias, mas poderá ser prorrogada indefinidamente.
A proibição ocorre em meio à escalada de tensões entre Caracas e Washington. O governo dos Estados Unidos passou a classificar cartéis de drogas ligados ao regime chavista como organizações terroristas, o que permite maior atuação militar na América Latina sob o argumento do combate ao terror.
Na última semana, tropas norte-americanas começaram a ser deslocadas para o Caribe e outros pontos estratégicos da região, aumentando o temor de um ataque surpresa. Maduro, que já sobreviveu a uma tentativa de atentado com drones em 2018, reforça com a medida o controle militar sobre o espaço aéreo venezuelano, sob o argumento de garantir a “defesa da soberania nacional”.