O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira (19) a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em resposta às ações recentes dos Estados Unidos, que aumentaram a recompensa para US$ 50 milhões por informações que levem à captura do líder venezuelano e iniciaram uma operação antidrogas com militares no Caribe.
Durante discurso transmitido pela televisão, Maduro afirmou que as milícias serão ativadas, armadas e distribuídas em todo o território nacional para proteger a soberania e a segurança do país. A Milícia Bolivariana, composta por cerca de 5 milhões de reservistas, foi criada pelo ex-presidente Hugo Chávez e funciona como um dos cinco componentes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).
O governo venezuelano classificou as ações americanas como uma interferência que viola o direito internacional e os princípios de autodeterminação dos povos. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino Lopez, rebateu as acusações em rede nacional, chamando as ofertas de recompensa pelos líderes venezuelanos de “fantasiosas, ilegais e desesperadas”.
Maduro também pediu o engajamento das bases políticas do governo na formação de milícias camponesas e operárias, garantindo que armas como fuzis e mísseis estejam disponíveis para defender o território, a soberania e a paz da Venezuela. O presidente enfatizou o papel das forças armadas e da população organizada na proteção do país frente às pressões externas.
A escalada ocorre em um momento de tensão internacional, com os Estados Unidos considerando Maduro como “um dos maiores narcotraficantes do mundo” e mantendo recompensas não apenas pelo presidente venezuelano, mas também por outros membros do governo, incluindo Padrino Lopez e Diosdado Cabello Rondón, em um esforço para pressionar o regime de Caracas.