A Justiça da Itália decidiu nesta quinta-feira (28) manter presa a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) durante o processo de extradição. A defesa da parlamentar havia solicitado que ela pudesse aguardar em liberdade, alegando problemas de saúde, mas o pedido foi rejeitado pelo tribunal.
Zambelli está detida na penitenciária de Rebibbia, em Roma, desde 29 de julho, após fugir do Brasil logo depois de ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em maio, a deputada foi sentenciada por coordenar uma invasão hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para emitir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.
O advogado Fabio Pagnozzi, que representa Zambelli, afirmou que a decisão tem caráter “político” e anunciou que recorrerá à Suprema Corte italiana. Segundo ele, o governo brasileiro estaria pressionando autoridades do país europeu para acelerar o processo. O trâmite de extradição pode levar de um ano e meio a dois anos.
Além da condenação por envolvimento na invasão ao CNJ, Zambelli também foi sentenciada neste mês, já em solo italiano, por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal. O caso se refere ao episódio da véspera do segundo turno das eleições de 2022, quando ela perseguiu um homem armado no bairro Jardins, em São Paulo.