O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira (1º) que oito embarcações militares dos Estados Unidos, equipadas com cerca de 1.200 mísseis, navegam em direção ao território venezuelano. Em entrevista coletiva, ele classificou a movimentação como “a maior ameaça à América Latina do último século” e prometeu que o país entrará em uma “luta armada” caso seja alvo de agressão.
Segundo Maduro, além dos navios, um submarino também integra a frota enviada ao Caribe, que estaria “apontando” para a Venezuela. O governo norte-americano sustenta que a operação tem como objetivo combater cartéis de drogas da região, mas autoridades consultadas pela imprensa americana não descartam uma intervenção militar contra o regime chavista.
O envio das tropas foi autorizado em meados de agosto pelo presidente Donald Trump. Ao menos sete navios de guerra, 4.500 militares, aviões espiões e um submarino nuclear foram deslocados para a região. Analistas ouvidos pela Reuters avaliam que a dimensão da frota é desproporcional para uma simples missão antidrogas, levantando suspeitas de uma ação voltada a enfraquecer ou derrubar Maduro.
O mandatário venezuelano acusou Washington de “ações criminosas e imorais” e pediu ajuda à ONU para conter o que chama de ameaça à soberania nacional. Em carta enviada ao secretário-geral António Guterres, Maduro cobrou que a organização pressione os EUA a respeitar o direito internacional. Paralelamente, o governo mobilizou 15 mil militares na fronteira com a Colômbia e anunciou a preparação de 4,5 milhões de milicianos.
Relatórios internacionais apontam que a Venezuela possui as maiores reservas de petróleo do mundo, o que aumenta as especulações sobre interesses estratégicos dos EUA na região. Apesar das ameaças de Caracas, especialistas avaliam que, diante da superioridade bélica americana, a capacidade defensiva venezuelana é limitada, tornando improvável uma resistência prolongada em caso de ataque.