O Supremo Tribunal Federal começa nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados acusados de envolvimento na tentativa de golpe após as eleições de 2022. Esta é a primeira vez na história do Brasil que um ex-presidente é julgado por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
A sessão será conduzida pela Primeira Turma do STF, formada pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Flávio Dino. Além de Bolsonaro, serão julgados Walter Braga Netto, Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira. Eles respondem por organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. As penas podem ultrapassar 40 anos de prisão.
O julgamento será dividido em cinco sessões nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, com sessões pela manhã (a partir das 9h, horário de Brasília) e à tarde (às 14h). A abertura será feita por Cristiano Zanin, seguida pela leitura do relatório por Alexandre de Moraes. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, terá até duas horas para apresentar a acusação, e os advogados de defesa terão uma hora cada.
Os ministros votarão em seguida, e são necessários ao menos três votos para condenação ou absolvição. O STF montou um esquema especial de segurança, com restrições de circulação, uso de drones e cães farejadores. Mais de 3.000 pessoas se inscreveram para acompanhar presencialmente, mas apenas 1.200 foram credenciadas. O julgamento é considerado um dos mais importantes da história do país.