Neste 5 de setembro, o Amazonas comemora 175 anos de sua emancipação política do Pará. A data marca a transformação do território, até então subordinado ao Grão-Pará, em uma província autônoma do Império, com direito à própria administração e representação política. O processo culminou com a sanção da Lei Imperial por Dom Pedro II, em 1850.
A separação não foi simples. Veio após anos de conflitos, incluindo a Revolta da Cabanagem, que dizimou cerca de um quarto da população da região. Temendo perder o controle da Amazônia, o governo imperial avaliou a divisão do Pará como uma medida estratégica. Assim, o desejo de autonomia do povo amazonense ganhou força no cenário político da época.
A proposta de criação da Província do Amazonas recebeu apoio de deputados e senadores, inclusive de políticos paraenses. Entre os articuladores do projeto, destacam-se o deputado Tavares Bastos e João Baptista de Figueiredo Tenreiro Aranha, este último nomeado o primeiro presidente da nova província. Ainda assim, a estrutura administrativa só começou a funcionar efetivamente dois anos depois.
A criação da província também teve implicações econômicas importantes. A partir da separação, foi liberada a navegação do rio Amazonas a embarcações estrangeiras, o que antes era controlado de forma rígida por interesses imperiais. Isso permitiu maior integração com o comércio internacional e fortaleceu o ciclo da borracha e outras atividades econômicas da região.
Hoje, a data é celebrada pelos amazonenses como um momento de orgulho e reflexão. Além de relembrar os desafios enfrentados para conquistar a autonomia, o feriado também serve para reforçar a identidade e o papel do estado na história do Brasil. A emancipação do Amazonas é considerada um dos pilares de sua formação política, social e econômica.