A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga o caso de um tronco humano encontrado dentro de uma mala deixada no guarda-volumes da rodoviária de Porto Alegre. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que um homem, usando boné, máscara, óculos escuros e luvas, abandona a bagagem no local. O suspeito ainda não foi identificado oficialmente, mas as autoridades afirmam que a investigação está em estágio avançado.
Segundo o delegado Mário Souza, diretor do Departamento de Homicídios, o homem demonstrou habilidade técnica nos cortes do corpo, sugerindo possível experiência médica, veterinária ou com manipulação de carnes. O crime chamou atenção pelo grau de organização do autor, que mesmo tomando precauções para não ser reconhecido, escolheu locais públicos e monitorados para realizar os descartes. A polícia acredita que o suspeito pode ter desejado “aparecer”, mesmo com os disfarces.
A vítima, uma mulher de aproximadamente 50 anos, ainda não foi identificada. As autoridades realizam cruzamentos de dados de pessoas desaparecidas nos estados do RS, SC e PR. A principal linha de investigação aponta para um crime motivado por uma relação íntima entre a vítima e o autor, com indícios de feminicídio. A possibilidade de envolvimento com organizações criminosas não está descartada, mas é considerada menos provável no momento.
Partes do corpo foram descartadas em diferentes datas e locais. O primeiro descarte ocorreu em 13 de agosto, em uma área isolada da Zona Leste da capital. Já o tronco foi deixado na rodoviária em 20 de agosto, onde permaneceu por 12 dias. O crânio da vítima ainda não foi encontrado, e a polícia teme que o suspeito possa tentar realizar um terceiro descarte. A identificação do local e data exata do homicídio ainda depende de laudos periciais.
O supervisor do setor de guarda-volumes da rodoviária, Henrique Rodrigues, afirmou que os funcionários notaram o forte cheiro vindo da mala e acionaram a polícia. Ao ser aberta, a bagagem continha sacos plásticos com o tronco da vítima. A polícia investiga quem seria o destinatário da mala, cujo nome e CPF informados estão sob sigilo. Informações sobre o caso podem ser repassadas anonimamente pelo telefone 181.