Usuários do transporte coletivo estão revoltados com a greve realizada pelo segundo dia consecutivo em Manaus. Eles foram pegos de surpresa na manhã desta sexta-feira (12), no Centro, depois que os motoristas pararam os veículos no meio da via e mandaram todos os passageiros descerem na avenida Getúlio Vargas e rua Leonardo Malcher.
Cauriane Almeida, relata que saiu de casa antes das 5h, para ir à fisioterapia e até agora não conseguiu retornar. Sem dinheiro para pagar uma corrida de Uber, ela não sabe o que fazer e tenta entender por que a situação não foi resolvida até o momento, já que o dinheiro destinado aos pagamentos dos rodoviários já teria sido repassado ao órgão responsável, segundo fontes oficiais.
“É um momento de indignação porque já sabemos que o governador e o prefeito já liberaram a verba. E aí Sinetram, porque tá continuando a guerra ? Tem muitas pessoas aqui no Centro que estão necessitadas de voltar para as suas casas. Pessoas como eu, que sai de casa às 5h e vou ficar aqui até que horas? Eu carrego uma deficiências nas costas (…) pensa um pouco aí nesse povo. Muitos podem andar de Uber, mas nós dependemos do ônibus todo dia”.
Raimundo Silva, outro passageiro prejudicado, fala que compreende a causa dos trabalhadores, mas não acha justo a população ser prejudicada pela displicência de quem deveria se responsabilizar pela situação.
“Conversando com um deles, ele contou que está para ser despejado de casa por causa do não pagamento. Eu sei que eles não tem culpa, são trabalhadores, mas isso aí tem que ver qual é a responsabilidade para repassar, porque nós como usuários dos coletivos estamos sendo prejudicados. Eu estou vindo da fisioterapia, estou tentando chegar na minha casa e não consigo, não sei que horas vou chegar”, desabafa.
E enquanto o impasse continua, os rodoviários seguem de braços cruzados e se recusam a retomar as atividades enquanto não receberem os salários.