Blog do Moisés Dutra
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Nova proteína desenvolvida no Brasil  ajuda a pacientes a recuperar movimentos

Uma substância desenvolvida por cientistas brasileiros tem reacendido a esperança de pacientes com lesões na medula espinhal. Chamada de polilaminina, essa proteína sintética, inspirada em componentes da placenta humana, tem demonstrado resultados surpreendentes na recuperação de movimento, inclusive em casos considerados irreversíveis.

Criada pela equipe da pesquisadora Tatiana Coelho de Sampaio, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a polilaminina atua diretamente na regeneração de neurônios. Ao ser aplicada na região lesionada da medula, ela forma uma espécie de malha biológica que orienta os axônios estruturas responsáveis por transmitir impulsos nervosos a se reconectarem. O resultado: pacientes que antes estavam paralisados voltam a sentir, se mover e, em alguns casos, até a andar.

Entre os casos mais emblemáticos está o de Bruno Drummond, que após sofrer um acidente e ser diagnosticado com tetraplegia, voltou a caminhar com auxílio de um andador. A atleta Hawanna Cruz, também tetraplégica, relatou melhora significativa na sensibilidade e controle do tronco após o tratamento.

Os testes iniciais foram realizados com oito pacientes brasileiros, dos quais seis apresentaram avanços clínicos relevantes. Em animais, os resultados também impressionam: quatro de seis cães paraplégicos tratados com a substância voltaram a dar passos.

Apesar dos avanços, a polilaminina ainda está em fase experimental e aguarda aprovação da Anvisa para uso clínico em larga escala. Os próximos estudos serão conduzidos em instituições como o Hospital das Clínicas da USP e a Santa Casa de São Paulo, com foco em pacientes que sofreram lesões agudas até quatro dias após o trauma.

Se confirmada sua eficácia, a polilaminina poderá ser incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS), tornando-se uma alternativa acessível e revolucionária no tratamento de lesões medulares. Para milhares de brasileiros que vivem com limitações motoras, essa descoberta representa mais do que ciência: é a chance de retomar o movimento, a autonomia e a vida.

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