O rapper Gustavo da Hungria Neves, conhecido como Hungria, de 34 anos, foi internado nesta quinta-feira (2) no Hospital DF Star, em Brasília, com um quadro suspeito de intoxicação por metanol, substância tóxica encontrada em bebidas alcoólicas adulteradas. O artista é natural de Ceilândia, no Distrito Federal.
De acordo com o boletim médico, Hungria deu entrada na unidade de saúde apresentando sintomas compatíveis com a intoxicação, como cefaleia (dor de cabeça intensa), náuseas, vômitos, turvação visual e acidose metabólica.
Ele recebeu tratamento especializado imediatamente e passa por investigações para a confirmação definitiva da causa do quadro.
Gustavo da Hungria Neves, o Hungria, é uma das figuras de maior destaque no rap nacional. Com mais de 12 milhões de seguidores no Instagram e 14 milhões no YouTube, o artista iniciou a carreira ainda na adolescência, com a música “Hoje tá embaçado”.
Ao longo dos anos, ele se tornou um fenômeno, com hits como “Amor e fé”, “Lembranças” e “Coração de aço”. Sua música “Um Pedido” ganhou notoriedade extra quando foi citada pelo campeão olímpico de canoagem Isaquias Queiroz, durante os Jogos de Tóquio.
O rapper também é conhecido por quebrar barreiras entre gêneros, tendo sido apelidado de “rapper do sertanejo” após bem-sucedidas parcerias com artistas como Lucas Lucco e Gusttavo Lima. Seu trabalho mais recente é o álbum “Virou Verão”, lançado no final de 2024.
Em comunicado, a assessoria do cantor informou que ele está sendo acompanhado pelo Dr. Leandro Machado e já se encontra fora de risco iminente.
Por orientação médica, com o objetivo de preservar sua recuperação, todos os shows que estavam previstos para este final de semana foram cancelados e serão remarcados. A nota também agradeceu a compreensão dos fãs e parceiros.
Segundo dados do Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), o Brasil já registrou 43 notificações desse tipo de intoxicação.
Do total, 39 casos ocorreram no estado de São Paulo, com 10 confirmações e 29 sob investigação, e outros quatro estão sendo apurados em Pernambuco.
Em resposta ao surto, a Vigilância Sanitária de São Paulo interditou ao menos seis estabelecimentos, entre bares e distribuidoras, por comercializarem bebidas suspeitas de adulteração com a substância tóxica.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, chegou a classificar a situação como “diferente de tudo o que consta na nossa série histórica”, destacando a gravidade e a anormalidade do cenário.