As Forças Armadas dos Estados Unidos bombardearam, na noite de terça-feira (21), um barco que navegava no Oceano Pacífico, em uma área próxima à costa da América do Sul. Segundo o secretário de Guerra, Pete Hegseth, o ataque, confirmado nesta quarta-feira (22), faz parte da operação lançada pelo governo Donald Trump para combater o tráfico internacional de drogas. Esta foi a primeira ofensiva americana registrada no Pacífico desde o início da nova campanha militar.
De acordo com o governo norte-americano, a embarcação transportava drogas e pertencia a uma “organização terrorista”. Duas pessoas que estavam a bordo morreram. “Havia dois narcoterroristas a bordo no momento do ataque, que ocorreu em águas internacionais. Ambos foram mortos e nenhuma força americana ficou ferida”, afirmou Hegseth em publicação nas redes sociais. O ponto exato do bombardeio não foi divulgado por razões de segurança.
Até então, os ataques estavam concentrados na região do Caribe, onde, em pouco mais de um mês, sete embarcações já haviam sido bombardeadas. As operações têm ampliado as tensões diplomáticas entre os Estados Unidos, a Colômbia e a Venezuela. Segundo analistas, o aumento da presença militar americana inclui destróieres com mísseis guiados, caças F-35, submarinos nucleares e cerca de 6,5 mil soldados posicionados na região.
A nova ofensiva, porém, vem sendo questionada por especialistas em direito e segurança internacional. Juristas ouvidos pela agência Reuters apontam que, tradicionalmente, a fiscalização do tráfico marítimo é atribuição da Guarda Costeira dos EUA, e não das Forças Armadas. Eles também questionam o uso de ataques letais, sem a tentativa prévia de interceptação das embarcações suspeitas.
Em agosto, a Guarda Costeira lançou a Operação Víbora, que já apreendeu mais de 45 toneladas de cocaína no Oceano Pacífico até meados de outubro. Apesar disso, ainda não está claro por que o governo optou por bombardear o barco em vez de capturá-lo. Os ataques realizados desde o início da campanha já deixaram ao menos 32 mortos, mas o governo Trump não detalhou quantas drogas foram apreendidas nem quais provas sustentam que as embarcações atingidas transportavam entorpecentes.