Rafael Anjos Martins, de 28 anos, morreu em um hospital de Osasco (SP) nesta quinta-feira (23) após 52 dias em coma por intoxicação causada pelo consumo de gin adulterado com metanol. O jovem ingeriu a bebida em um encontro com amigos no início de setembro, após comprá-la em uma adega na Cidade Dutra, Zona Sul de São Paulo.
Horas depois de beber, Rafael começou a sentir tontura, fortes dores de cabeça e perda de visão. Em um áudio enviado a uma amiga, ele relatou: “Está tudo rodando, parece que estou com a pressão baixa”. Levada às pressas ao hospital, a vítima foi diagnosticada com intoxicação por metanol e internada na UTI de um hospital em Osasco, onde permaneceu em ventilação mecânica até a morte.
A Polícia Civil abriu inquérito e apreendeu as garrafas consumidas e outras 14 lacradas encontradas na adega para perícia. A morte de Rafael ainda não foi incluída nas estatísticas oficiais, mas o governo de São Paulo já confirmou sete óbitos por intoxicação por metanol. Segundo o boletim de ontem (22) do Ministério da Saúde, o país já registra 10 mortes e 53 casos confirmados de intoxicação por bebidas adulteradas.
O laudo médico apontou 155 mg/l de metanol no sangue — nível considerado letal. Médicos explicam que o metanol é um álcool de uso industrial que, quando ingerido, causa danos graves ao fígado, cérebro e nervos, podendo levar à cegueira, coma e morte

