A megaoperação policial contra o Comando Vermelho (CV), realizada nesta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, ganhou repercussão na imprensa internacional. O saldo até o início da tarde era de 64 mortos e 81 presos, segundo o governo do estado. Quatro policiais também morreram durante as ações, que mobilizaram cerca de 2.500 agentes e se tornaram as mais letais da história fluminense.
Veículos de todo o mundo classificaram o cenário no Rio como “cenas de guerra” e destacaram a articulação do tráfico em represália à operação. O jornal britânico The Guardian descreveu a capital fluminense como “em guerra” e relatou “o pior dia de violência da história” do Rio, com tiroteios intensos nas favelas e barricadas incendiadas. Já o português Público ressaltou o uso de drones pelos criminosos para lançar explosivos contra as forças de segurança.

A rádio francesa RFI relembrou o histórico de violência nas favelas cariocas e destacou que operações de grande porte são frequentes em áreas dominadas por facções. A agência Reuters, por sua vez, associou a ofensiva à preparação da cidade para eventos internacionais que antecedem a COP30, lembrando que confrontos semelhantes já ocorreram antes de grandes compromissos globais no Rio.
Na Espanha, o El País apontou que o governador Cláudio Castro reclamou da falta de apoio do governo federal e descreveu a cidade como um “cenário de caos colosal”. Já o argentino Clarín destacou que o Comando Vermelho é uma das facções mais antigas e poderosas do Brasil, surgida nas prisões do Rio na década de 1970, e que a operação visou conter sua expansão territorial.

A repercussão internacional reforça o impacto da escalada de violência no estado, que paralisou parte do transporte público e levou o município a entrar em estágio de atenção. As cenas de confrontos, veículos incendiados e drones usados em ataques consolidam a operação desta terça como um dos episódios mais marcantes da crise de segurança no Rio de Janeiro.

