O encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizado durante a cúpula da ASEAN em Kuala Lumpur, terminou sem avanços concretos na questão das tarifas impostas aos produtos brasileiros. Apesar da expectativa de que a reunião pudesse destravar um acordo comercial, o chamado “tarifaço”, que elevou em até 50% as taxas sobre itens como aço, carne e soja, permanece em vigor.
Durante a conversa, Lula defendeu a retomada de um diálogo mais equilibrado e afirmou que o Brasil está pronto para negociar “com seriedade e qualidade”. Trump, no entanto, adotou um tom mais cauteloso, dizendo que “não sabe se algo vai acontecer”, frustrando parte das expectativas do governo brasileiro.
A reunião contou com a presença de autoridades dos dois países, incluindo o chanceler Mauro Vieira e o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent. Segundo fontes diplomáticas, o encontro foi considerado positivo por abrir canais técnicos para futuras negociações, mas não resultou em compromissos formais.
Enquanto isso, setores da indústria brasileira seguem pressionando por uma solução rápida. Representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) alertam que as tarifas podem comprometer exportações e afetar empregos em regiões dependentes do comércio com os EUA.
O governo brasileiro deve enviar uma nova proposta técnica aos negociadores americanos nos próximos dias. Até lá, o impasse comercial continua, e o mercado observa com cautela os próximos passos da diplomacia entre Brasília e Washington.