Beatriz Nolasco, moradora do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, afirmou que o sobrinho, Yago Ravel Rodrigues, de 19 anos, foi decapitado durante a operação, que deixou mais de 100 mortos na terça-feira (28).
Ela, que trabalha como manicure, alega que a cabeça de Yago teria sido pendurada em uma árvore e acusa as forças policiais pela ação.
“[Ele foi] decapitado pelo Bope, Core. Não sei quem foi que fez isso com ele, sendo que meu sobrinho não tinha um tiro no corpo. Apenas arrancaram a cabeça dele e deixaram na mata”, detalhou em entrevista ao Uol.
Segundo ela, Yago era mototaxista na região e não possuía antecedentes criminais.
A manicure também denunciou que as autoridades teriam impedido os familiares de procurarem os corpos na área de mata. “A gente queria oferecer alguma ajuda, tinha muita gente viva na mata, policial dando tiro em cima de morador. A polícia entrou no Complexo do Alemão para fazer uma chacina”, afirmou Beatriz.
A família descobriu a morte de Yago por um vídeo. “Eu fiquei sabendo da localização do corpo do Ravel por um vídeo rodando, quando um homem pegou a cabeça dele e colocou em um saco. Um morador, porque todo mundo se juntou para colocar os corpos em lençóis”, acrescentou.
A megaoperação nos Complexos do Alemão e da Penha, considerada a mais letal da história do estado, resultou, em 130 mortes. No entanto, o governo só confirmou 119 óbitos, incluindo quatro policiais.