O secretário de Segurança Pública do Estado, Vinicius Almeida, informou na manhã de hoje (3) que dois agentes da Inteligência do Amazonas serão enviados para o Rio de Janeiro nos próximos dias para coletar dados sobre os amazonenses envolvidos na megaoperação ocorrida no último dia 28 de outubro.
“Nós estamos mandando dois policiais da inteligência que irão até o Rio de Janeiro para colaborar com as autoridades locais, mas principalmente para coletar dados. Porque estar à distância, por mais que a gente receba relatórios constantes, é diferente do contato pessoal. Então, eles estão indo para que possamos compreender os próximos passos, inclusive os que acontecerão no cenário nacional”, declarou.
Mais cedo, o secretário já havia antecipado a informação e ressaltou que a situação no Rio de Janeiro escancarou a gravidade do avanço das facções criminosas pelo Brasil. Ele afirmou ainda que, a partir desse episódio, o Judiciário talvez entenda a necessidade de uma reforma na legislação que imponha punições mais duras ao crime organizado.
“Todos nós sabemos que são líderes de uma organização criminosa e que já foram presos anteriormente. Nós conhecemos todos eles, sabemos onde estão, mas todas as vezes que prendemos, infelizmente a Justiça solta. Por que solta? Porque a lei é fraca, a lei é leniente. E agora estamos num ponto importante. O que vamos fazer daqui para frente? Porque agora escancarou. Agora não tem mais como empurrar esse problema para debaixo do tapete”, disse.
Vinicius afirmou ainda que a Polícia do Amazonas tem se esforçado e prendido faccionados diariamente, além de apreender grandes quantidades de drogas que chegariam às mãos de criminosos e impulsionariam ainda mais o poder das facções.
“Aqui no Amazonas nós estamos fazendo a nossa parte. No ano passado, foram mais de 43 toneladas de droga apreendidas. Hoje ainda apresentaremos mais uma tonelada. Já estamos chegando a quase 39 toneladas este ano. E aí? Vamos resolver o problema sozinhos, Amazonas? Claro que não. Porque não é um problema do Amazonas. Nós sempre dissemos isso. É um problema nacional que requer coordenação do governo federal, requer controle das fronteiras — que nós não temos e que não é nossa responsabilidade —, requer o endurecimento das leis e, principalmente, o entendimento nacional para que possamos avançar e resolver essa situação de organização criminosa no país.”
Ele relatou que a população também pode ajudar, cobrando medidas mais enérgicas por parte dos responsáveis pelas mudanças legislativas.
“O policial não aguenta, porque ele prende uma, duas, três, quinze vezes, e esse elemento é solto. A população não aguenta, porque tem um sentimento de impunidade. E nós temos que mudar. Para mudar, é necessária a determinação do povo. O povo tem que se posicionar, dizendo às autoridades que não aguenta mais isso. Porque nós, do sistema de segurança, vamos continuar trabalhando muito, mesmo que tenhamos que prender e mesmo que tenhamos que ver esse elemento sair da unidade prisional”, enfatizou.

