Blog do Moisés Dutra
Amazonas

Lula pede fim do uso do petróleo, mas mantém defesa da exploração na Foz do Amazonas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta quinta-feira (6) o fim do uso de combustíveis fósseis em discurso na abertura da cúpula de líderes mundiais que antecede a COP30, realizada em Belém (PA). Apesar da cobrança, o governo brasileiro recentemente autorizou a Petrobras a iniciar testes para exploração de petróleo na Margem Equatorial, na costa do Amapá — decisão que gerou críticas de ambientalistas.

Durante o pronunciamento, Lula afirmou que “acelerar a transição energética e proteger a natureza são as duas maneiras mais efetivas de conter o aquecimento global”. O presidente destacou a necessidade de “mapas do caminho” para superar a dependência do petróleo e reverter o desmatamento. Ele também criticou o que chamou de “interesses egoístas imediatos” que impedem avanços climáticos. “É hora de encarar a realidade e decidir se teremos coragem e determinação para transformá-la”, disse.

Lula chamou o encontro de “COP da Verdade” e cobrou dos países ricos maior responsabilidade no combate à crise climática, lembrando que as nações desenvolvidas se beneficiaram historicamente da poluição. “Será impossível conter as mudanças do clima sem superar as desigualdades dentro e entre as nações”, afirmou. O presidente ainda reiterou que o desenvolvimento sustentável da Amazônia não é incompatível com a prosperidade econômica e defendeu o protagonismo dos povos da floresta.

O principal destaque do governo brasileiro na conferência é o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), administrado pelo Banco Mundial. O projeto prevê arrecadar até US$ 4 bilhões por ano para a preservação de áreas tropicais no Brasil, no Congo e na Indonésia. Diferente de outros fundos ambientais, o TFFF funcionará como investimento: parte dos lucros será destinada aos países que mantêm suas florestas em pé.

O evento conta com a presença de líderes internacionais como o secretário-geral da ONU, António Guterres, o presidente francês Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e a presidente da União Europeia, Ursula von der Leyen. Guterres abriu a conferência afirmando que o mundo “falhou” em conter o aquecimento global a 1,5°C, mas que ainda há tempo para agir. Segundo ele, “décadas de atraso e negacionismo resultaram em uma falha moral e de negligência fatal”.

Ao continuar navegando, você concorda com as condições previstas na nossa Política de Privacidade. Aceitar Leia mais