Dos oito deputados federais do Amazonas consultados sobre o PL Antifacção, três declararam apoio ao projeto: Capitão Alberto Neto (PL), Sidney Leite (PSD) e Pauderney Avelino (União Brasil). A proposta, relatada por Guilherme Derrite (PP-SP), será votada na próxima terça-feira (18) e tem gerado forte polarização na Câmara. Enquanto governistas rejeitam o texto, parlamentares da direita avaliam que a medida representa um avanço no enfrentamento ao crime organizado. Fausto Júnior (União) preferiu aguardar o parecer final antes de se posicionar, e outros quatro deputados não responderam à reportagem.
Capitão Alberto Neto afirmou apoiar integralmente o texto de Derrite, argumentando que o crescimento das facções criminosas impõe “um regime de medo” à população e exige ações mais duras do Estado. Para ele, o projeto propõe medidas capazes de fortalecer a defesa da soberania nacional e proteger a sociedade. O relator, por sua vez, apresentou quatro versões do texto — as anteriores foram alvo de críticas de juristas e aliados do governo.
Já Sidney Leite declarou apoio, mas fez ressalvas à tentativa de classificar facções como organizações terroristas. O deputado considera essa equiparação “uma aberração” e defende que o combate ao crime organizado deve ser acompanhado de políticas de inteligência, integração entre os entes federativos e investimentos sociais. Ele criticou a polarização em torno do debate e destacou que a população do Amazonas vive “aterrorizada”, o que exige respostas mais amplas que um único projeto de lei.
Pauderney Avelino também demonstrou preocupação com a definição de terrorismo presente no texto, afirmando que facções têm motivações distintas de grupos terroristas e que a equiparação exige cautela. Já Fausto Júnior defendeu a necessidade de esperar o parecer final para buscar consenso e reforçou que a segurança pública é tema suprapartidário. Entre os pontos de maior impasse estão as atribuições da Polícia Federal, o financiamento das operações e a criação de um novo tipo penal. Enquanto o governo sustenta que o texto cria brechas jurídicas e pode ampliar o enquadramento de movimentos sociais, Derrite garante que seu relatório fortalece o combate às facções e classifica críticas contrárias como “narrativas falsas”.

