A Polícia Civil do Amazonas encontrou 56 quilos de cocaína, entre eles a sofisticada “cocaína negra”, dentro de uma mansão de luxo localizada no bairro Ponta Negra, em Manaus. O imóvel pertence à empresária Liege Aurora Pinto da Cruz, 74 anos, proprietária da franquia Arezzo na capital. Documentos públicos confirmam que ela é sócia-administradora da empresa.
A operação começou no dia 17 de outubro, quando o Denarc identificou a residência como ponto de armazenamento e distribuição de drogas ligadas ao Comando Vermelho. Na primeira busca, os agentes encontraram 16 kg de cocaína. Um caderno com anotações indicando “40 kg escondidos em cadeiras e quadros” fez a equipe retornar ao imóvel com cães farejadores.
Na segunda vistoria, os policiais localizaram compartimentos falsos em móveis, onde estavam escondidos os demais tabletes, incluindo a “cocaína negra”. Essa versão é misturada com carvão ativado, reduz o odor e dificulta a identificação até por animais treinados. As autoridades afirmam que o carregamento seria enviado para a Austrália.
Liege Aurora prestou depoimento e alegou que a droga foi encontrada em um anexo usado pelos caseiros peruanos, que trabalham há mais de dez anos na residência. A defesa afirma que a empresária frequentava o local apenas nos fins de semana e estava fora do país no dia da operação.
A versão é vista com cautela pelos investigadores, que questionam como os caseiros poderiam guardar milhões de reais em cocaína, valor incompatível com a renda que declaram. O caso segue em investigação para definir o possível envolvimento de Liege no esquema criminoso.

