A brasileira Nívia Estevam, mãe do menino José Lucas que teve os dedos decepados por colegas em uma escola de Portugal, disse que o ataque sofrido pela criança foi motivado por racismo e xenofobia.
“Deceparam os dedos porque ele é imigrante e negro”, declarou. O caso ocorreu no dia 10 de novembro, na Escola Básica de Fonte Coberta, em Cinfães, no norte de Portugal. Segundo a mãe, o menino José Lucas foi atacado por dois colegas dentro do banheiro da escola, onde teve a mão prensada contra a porta.
A violência foi tão intensa que resultou na amputação das pontas dos dedos médio e indicador da mão esquerda. Contudo, Nívia relatou que essa não era a primeira vez que José Lucas sofria agressões por parte dos garotos. Segundo ela, o filho já vinha sofrendo puxões de cabelo, chutes e até tentativas de enforcamento.
Vale destacar que todos os envolvidos nas agressões tem menos de 12 anos. “A única explicação é essa, é ele ser imigrante, ele ser negro. Se fosse o meu filho que tivesse feito isso com uma criança portuguesa, a nossa casa teria sido apedrejada. Era porque ele era preto, era porque ele era brasileiro.”
Ela afirma que procurou a direção da escola diversas vezes, mas não obteve resposta efetiva. “Meu filho sangrou sozinho no banheiro enquanto os colegas seguravam a porta para ele não sair (… ) Ele disse que pensou que ia morrer de hemorragia”, disse.
Após o ataque, José Lucas passou por uma cirurgia de três horas no Hospital de São João, no Porto. A mãe afirma que tentou registrar o caso para uma investigação fosse feita, mas apenas após mobilização nas redes sociais e repercussão na imprensa internacional é as autoridades portuguesas abriram o inquérito.
Atualmente, Nívea está sendo acompanhada por um grupo de advogados brasileiros que vivem em Portugal.

