A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal condenou, nesta terça-feira (18), o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, ex-integrante das forças especiais do Comando Militar da Amazônia (CMA), em Manaus. Ele foi considerado responsável por atuar diretamente no planejamento da tentativa de golpe atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro que, por sua vez, envolvia o plano de matar autoridades, como o presidente Lula e o próprio ministro Alexandre de Moraes. A punição imposta a Lima é a mais alta entre os militares envolvidos nesse núcleo.
A pena aplicada ao tenente-coronel se aproxima da condenação do próprio Bolsonaro, que recebeu sentença de 27 anos e 3 meses de prisão. Segundo a investigação, Lima teve participação ativa na elaboração, circulação e guarda de documentos estratégicos usados pelo grupo golpista. Os ministros destacaram que o militar fazia parte do chamado “núcleo 3”, responsável por organizar ações táticas e preparar cenários de ruptura institucional.
Entre as provas consideradas decisivas pelo STF estão documentos apreendidos quando Lima ainda atuava em Manaus. Um pen-drive encontrado pela Polícia Federal continha rascunhos de operações que previam a neutralização de ministros do Supremo e a instalação de estruturas paralelas de comando. Materiais como o “Desenho Op Luneta” e o “Plano Copa 2022” foram apontados como peças centrais na estrutura intelectual da tentativa de golpe.
No mesmo julgamento, o ex-general Estevam Theóphilo, que também atuou no CMA, foi absolvido por falta de provas. A Corte destacou que sua situação era distinta da de Hélio Lima, cuja participação foi considerada essencial para a execução do plano golpista. Com a decisão, o STF encerra a análise das ações relacionadas ao núcleo militar envolvido no caso.

