Blog do Moisés Dutra
Alerta

Médico estava ‘cheirando a cerveja’, diz pai de bebê que morreu no Amazonas

O pai do bebê que morreu após complicações no parto em Eirunepé, no interior do Amazonas, afirmou que o médico responsável pela cesárea chegou ao hospital com cheiro de cerveja e aparentando sinais de embriaguez. O caso, registrado na madrugada de sábado (22), levou a Polícia Civil a pedir a prisão preventiva do profissional, identificado como Humberto Fuertes Estrada, de nacionalidade boliviana. Ele havia sido escalado para o plantão no Hospital Municipal Vinícius Conrado.

Imagens de câmeras de segurança, divulgadas nesta quinta-feira (27), mostram o médico consumindo bebidas alcoólicas em um bar da cidade horas antes do atendimento de emergência. Segundo o registro, Fuertes chegou ao estabelecimento por volta das 23h de sexta-feira (21) e permaneceu no local até cerca de 2h da madrugada. Às 4h, uma adolescente de 17 anos deu entrada no hospital em trabalho de parto, mas o médico não foi encontrado. Ele só apareceu na unidade de saúde por volta das 9h, quando realizou o procedimento — tarde demais para salvar o bebê.

A família relatou que o profissional demonstrava comportamento alterado ao chegar ao hospital. “Ela comentou que estava incomodada com o cheiro de cerveja que vinha do doutor Humberto. Ele ficava repetindo frases como ‘quem está devendo a caixinha hoje’, ‘quem vai pagar a caixinha’. Ela se sentiu desconfortável. Nós percebemos que ele chegou muito agitado, suando bastante, e enfermeiros também disseram que ele estava com cheiro de cerveja”, relatou o pai ao contar o que a adolescente, mãe do bebê, falou no momento. 

Equipes da prefeitura tentaram localizar Fuertes em casa e em outros pontos da cidade, sem sucesso. Após prestar depoimento na delegacia, o médico deixou Eirunepé no dia seguinte. A Polícia Civil afirma que ele seguiu para o Acre e pode ter cruzado a fronteira rumo à Bolívia.

Diante da possibilidade de fuga, a Justiça decretou a prisão preventiva do médico, destacando a necessidade da medida para garantir a ordem pública e assegurar a aplicação da lei penal. A Polícia Civil vai pedir apoio da Polícia Federal e da Interpol para localizar o profissional caso se confirme que ele deixou o país. O CRM-AM informou que abriu procedimento interno para apurar a conduta do médico.

A família da jovem que perdeu o bebê afirma viver um momento de grande sofrimento e cobra respostas das autoridades. “A dor é inexplicável. Quero que a justiça seja feita”, disse o pai. Até a última atualização, a defesa de Humberto Fuertes não havia se pronunciado.

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