Os pais do menino Benício Xavier, Joyce Xavier e Bruno Freitas, compartilharam a dor profunda pela perda do filho, que completou sete dias neste fim de semana. Abalados, eles afirmam que seguirão em busca de justiça para esclarecer as circunstâncias da morte da criança.
Joyce relatou que enfrenta diariamente o sofrimento pela ausência do filho. Bruno, emocionado, descreveu a dificuldade de ver a esposa tentando retomar a rotina:
“Naquele dia o coração do nosso filho queimou, hoje o nosso coração sangra muito. Vocês não sabem a dor que é ver essa mãe acordando pela manhã no estado em que ela acorda. No momento em que iria preparar o café dele, organizar para ir à escola, ela acorda muito mal. Eu olho para ela e vejo que não posso fazer nada, apenas dar conforto e força para seguir”, lamentou.
Sintomas iniciais e agravamento repentino
De acordo com a família, Benício foi levado ao hospital após apresentar sintomas gripais, febre persistente e sinais de laringite. Ele chegou ao Hospital Santa Júlia andando e falando, mas seu quadro teria piorado durante o atendimento.
“Nosso filho entrou apenas com uma tosse seca, um princípio de laringite. Ele entrou andando, tomou água, recebeu medicação. Lembro bem que a técnica de enfermagem deu um xarope e ele tomou sozinho. Antes mesmo da UTI, ele se alimentou bem. Depois de um tempo, foi entubado e, inclusive, fiquei sabendo que isso ocorreu mais de duas vezes. Pelo que entendi, outra médica conseguiu realizar o procedimento dentro do protocolo. Eu não sei o quanto meu filho sofreu”, relatou o pai.
Acusações de erro médico
A mãe afirma que confiou totalmente na equipe médica e não imaginava que o atendimento resultaria em uma tragédia.
“Eu confiei no hospital. A todo momento perguntava aos médicos: ‘Meu filho vai ficar bem? Vai ter alguma sequela?’ E todos respondiam que sim. Eu perguntava na UTI e não foi o que aconteceu”, disse Joyce.
A Polícia Civil já constatou que houve erro médico no caso e investiga a responsabilidade da médica Juliana Brasil, além de outros profissionais envolvidos. O hospital também deverá responder por uma série de irregularidades identificadas durante as diligências.

